Se desemalo o poncho dos tentos
E arrimo o basto pra travesseiro
Brasa do pito vira candeeiro
Semeando chispas na escuridão
E no alvoroço de outros gaudérios
Sonho meus sonhos de vida mansa
Campeando restos de uma esperança
Que fez morada nalgum rincão
Se numa estância dou Oh! De casa
Braços abertos me dão posada
Ali descanso de uma quarteada
Troca de léguas de corredor
Sobre os pelegos se acende o baio
A mão em concha não beija o vento
Mas faço gestos nesse momento
Velho costume de campeador
Então com olhos de gavião mouro
Rondo recuerdos de pampa e céu
Rosto coberto pelo chapéu
Olhos pra dentro bombeando a vida
E alma velha que abre cancelas
Foge do brete, vai-se a lo largo
Sentindo um gosto de mate amargo
E uma saudade nunca esquecida
Assim envolto nos pensamentos
Rumino anseio dos campeadores
Que buscam sonho nos corredores
Bombeando coisas que ninguém vê
E a Dalva linda, candeeiro aceso
Rondando a pampa lá nas alturas
Faz-se parceira das aventuras
Pois neste homem ainda crê