Ao lonquear a carne gorda
De um churrasco mal passado
Dou-lhe um tombo na farinha
Pra enxugar o sangue escaldado
Oiga-lê bóia campeira
Pra o estradeiro estropiado
No engraxar do bigode
Golpeio a guampa de canha
Dando um tempero especial
Às refeições da campanha
Bamo encostando a carreta
Talhando espeto em taquara
Campeio a lenha pra o fogo
Espeta o chibo nas varas
Apruma a trempe pra o mate
Aquento o arroz carreteiro
Depois de bucho chinchado
Seguimo estrada parceiro
Queimando cobre em carreiras
Amanhecendo em carpeteada
São cavacos de um ofício
Pra quem se criou na estrada
Riscando espora em rodeios
Domando tropa aporreada
Quem quiser saber quem sou
Me encontre numa tropeada
Se tenho cheiro de terra
E minha mão calejada
Um chapéu de aba comprida
Molhado da madrugada
Se tenho sina de andejo
Sem destino e sem parada
Não trago amarras comigo
A coxilha é minha morada