Se vem de um galope a lo largo
Num bater de cascos no chão
De crina retovada ao vento
Desgarrado então, xucro do rincão
Tropel de estradão
Lonqueado de andar sem fronteira
Negado da vida campeira
Vistoso de pasto e campinas
Bate um coração, alma de patrão
Um cavalo alazão
E a vida dá toda a licença
Ao lhe ver galopar
Liberdade xucra que o homem
Não pode domar
Paixão perdida a quem busca caminhos
Que não quer voltar
Se tu te vai
E tu não vem
Me leva galgar nova vida
Contigo também
Pois tu lendária ânsia
Num tropel de vento e vida
Em pata quer orvalho
Se é verdade que no campo tem guarita
Num lustro brilhoso o céu é teu horizonte
Por cima da lida, por cima dos montes
Compadre véio
Por certo sigo, marcas campeando
Cheiro de pasto, compadre
Contraponto em distância
Desconhece corda, desconhece basto
Meu legado é a hora incerta
Pra quem busca um bem-querer
Desconhece o que é o mal viver
E é por isso, que sempre que vejo
Um cavalo cruzar mato saudades
Compadre véio