De parcerito na tropa
Num lançante campo aberto
Coxilha em pronto horizonte
Nuvens escuras por perto
O tempo feio se ajeita
Se enrusga assustando o gado
Rebolca o vento e vem chuva
Deixando o poncho molhado
Por certo que o mês de junho
Judia qualquer tropeiro
Traz enteperes guascaços
De encarangar o campeiro
No campo o minuano canta
Assombrando as noites charruas
Serena, se vem tormenta
Tenteando noites de Lua
Não é que a rês assustada
Se desgarrou da manada
Parecendo abrir cancela
Num rodeio em gineteada
No más saltei nos pelegos
Cruzei pantano, enxurrada
Naquela noite guasqueira
De trás da rês extraviada
Eu tenho por lei da estância
Não deixar um boi na estrada
Nem mesmo chuva e tormenta
Me deixa rês extraviada
Eu atrasei numa noite
O findar daquela tropeada
Mas entreguei pro patrão
A tropilha encomendada
Por ser tropeiro trago em mim o pó da estrada
Na estampa pura de quem vive de tropeada