No revoar de seu pala
Amanheceu no rincão
Bombachita remangada
Cruz de Malta, pés no chão
Abancou-se co'a peonada
Para matear no galpão
Contou causos missioneiros
De nossa revolução
A voz sonava em sua boca
O Rio Grande em seu coração
Contra a fumaça de um braseiro
Foi mostrando
A nossa estampa farrapa
Em guerras peleando
Na fé de um povo aguerrido, bravo e sem luxo
Conquistamos liberdade
Porque Deus nasceu gaúcho, tchê
Riscando o assoalho
Bombeando pra cumeeira
Reponto rimas num bailado a recordar
Fogões, chaleiras
E um candeeiro a meia-vida
Que a duas braças
Não dava pra se enxergar
Neste balanço passa
O Rio Grande em meus olhos
De sul a norte sinto o calor dos galpões
Braseiro aceso luz divina do campeiro
Rodas de mates que irmanam nossos peões
Neste compasso galponeiro balanço
Reminiscências versos xucros no ar
Galpão meu tento a sarandeios de tranço
E abram cancha pro Rio Grande passar
E abram cancha pro Rio Grande passar