Ao lonquear a carne gorda
De um churrasco mal passado
Dou-lhe um tombo na farinha
Pra enxugar o sangue escaldado
Oiga-lê bóia campeira
Pra um estradeiro estropiado
No engraxar do bigode
Golpeio a guampa de canha
Dando um tempero especial
Às refeições da campanha
Bamo encostando a carreta
Talhando espeto em taquara
Campeio a lenha pra o fogo
Espeta o chibo nas varas
Apruma a trempe pra o mate
Aquento o arroz carreteiro
Depois de bucho chinchado
Seguimo estrada parceiro
Riscando assoalho bombeando pra cumeira
Reponto rimas num bailado a recordar
Fogões, chaleiras e um candeeiro a meia-vida
Que a duas braças não dava pra se enxergar
Neste balanço passa o Rio Grande em meus olhos
De sul a norte sinto o calor dos galpões
Braseiro aceso luz divina do campeiro
Rodas de mates que irmanam nossos peões
Neste compasso galponeiro balanço
Reminiscências versos xucros no ar
Galpão meu tento a sarandeios te tranço
E abram cancha pro Rio Grande passar
E abram cancha pro Rio Grande passar