Aos trancos e barrancos, vou trotando mundo afora
Levando a vida por diante e o destino nas espora'
Me chego ao cair da noite e me vou na luz da aurora
Rebenqueando a solidão, sei onde a tristeza mora
Procuro meu rumo certo, mas não consigo encontrá-lo
O tempo velho me cobra e a sorte me dá pealo
Por isso, meu mundo gira nas patas do meu cavalo
Enquanto a gaita me adoça, levo a vida nesse embalo
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz
Nesse mundo sem fim, vou pra onde o vento vai
O Sol quente não me abate e a geada me distrai
Lá por vez, eu tomo uns tragos em memória de meu pai
Fico igual bambu do campo, cambaleia, mas não cai
Não tenho patrão, nem dona, eu sou senhor de mim mesmo
Nasci feio e magricela, apelido Contrapeso
A feiura é guarda costa de quem vai troteando a esmo
E pra que graxa no couro se eu não nasci pra torresmo?
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz
Upa! Upa! Meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar, só deixa poeira pra traz