Botei a gaita nos peito pra fazer tremer um surungo
Pois fui criado no mundo, dos galpões, aquerenciado
A gauchada, ao me ver, cochichava
Agora eu danço!
Porque o tranco e o balanço vai ser de trincar o teclado
As chinas se entreolharam porque sentiram firmeza
Eu gosto quando as beleza' mordem o brinco de faceira
No tilintar das chilenas, ficou grande o sarandeio
Com olhares pelo meio, aconchegando a vanera
Não tem lero, não tem quero, fandango não tem desdém
E só dá o seu recado quem toca e dança bem
Não tem lero, não tem quero, fandango não tem desdém
E só dá o seu recado quem toca e dança bem
E se for bom entreveiro, daqueles amarrotado
Mesclado ao dom cadenciado com salseiro de morena
A xucreza do Rio Grande, berrada a quarenta e quatro
O salão, limado à taco, tem tábuas que não se empena
A noite sacolejando e até lampião chacoalhando
Polvadeira levantando, coçando a fresta das venta
E o baile foi que se foi, lusque-fusque apenumbrado
Sem ninguém ficar sentado e dizer que não aguenta
Não tem lero, não tem quero, fandango não tem desdém
E só dá o seu recado quem toca e dança bem
Não tem lero, não tem quero, fandango não tem desdém
E só dá o seu recado quem toca e dança bem