Ao passar outra vez por aqui e rever este antigo lugar
O meu pranto caiu de repente sem que agora pudesse evitar
O ranger desta velha porteira no momento em que ela eu abria
Fez molhar o meu rosto com gotas que denotam a melancolia
E parece que dentro de mim dobradiças também se contraem
Não contenho os impulsos na hora que soluços de meu peito saem
Com o batente agora comparo a minha alma um pouco cansada
Sem tramela a porteira batendo me machuca a cada pancada
Vejo ainda gravado nas tábuas os entalhes que fiz na infância
Coração trespassado por flecha simboliza a paixão de criança
Vi que o tempo impiedoso não pôde desgastar o antigo mourão
Que resiste ao poder corrosivo enfrentando esta força do chão
Meu distante tempo de menino se perdeu nos caminhos da vida
As lembranças retornam às vezes, e de novo me abre as feridas
É uma pena que eu não possa ser o mourão de madeira de lei
Resistente pela natureza, imponente na sua firmeza não conhece a dor da tristeza de lembrar o lugar que deixei!
Ao passar outra vez por aqui e rever este antigo lugar
O meu pranto caiu de repente sem que agora pudesse evitar
Composição: Ivan Souza Júlio Cesar