Ouvi cantar ao longe a siriema na melodia que o sertão me traz,
Então eu quis falar em um poema
Da bela terra que foi de meu pai,
Ribeirão sujo foi aqui um dia
Que em suas margens fiz o meu quintal,
A nossa casa ergui de alvenaria
Cerquei piquetes e fiz o curral,
Criei raizes como um sertanejo
Dos meus estudos cheguei abrir mão,
Pois era sempre esse o meu desejo
De estar de volta e cuidar do chão,
Ribeirão sujo são tantas histórias
Que em suas margens já posso contar,
Leve em teu leito cheio de memórias
Estes meus versos pra outro lugar
Quero dizer da água cristalina
Que desce a serra sempre em profusão
Vem lá do alto ao jorrar da mina
Que é preservada com dedicação
Falar também de outra formosura
Daquela pedra que é magistral,
Até parece ser uma escultura
Que Deus mandou pra ser um seu sinal
Falo da terra que é de primeira
De matas virgens pra se admirar
Aqui ainda tem muita aroeira
Tem muito cedro e o jacarandá
Gosto de ver a forma do relevo
Fazendo ondas na verde pastagem,
Se eu pudesse era o meu desejo
Estar aqui pra toda eternidade,