Eu não me canso de ver quando começa chover, no meu pedaço de chão,
E só trovejar primeiro vejo logo meus carneiros já correr pro barracão,
Tem às vezes alguns dias que ela vem de ventania que até deita o colonião
Após o mormaço ardente que vem dessa tarde quente derramar em profusão,
Bem do lado da soqueira escorei as bananeiras que já tão em produção,
É pra protejer os cachos, as galinhas vão pra baixo do assoalho do galpão,
A que agora tem pintinhos coloquei bem com jeitinho lá debaixo do fogão,
Correndo mariazinha pega as roupas que já tinham secado com o calorão,
A força da enxurrada descendo cortando a estrada vai derrubando torrão,
Em meio essa acumulada, tem garrancho e folharada, rodando pro ribeirão,
A enchente que vem dela chega pular na pinguela mais ela não roda não,
De um lado estaqueada e do outro é amarrada no pé de barbatimão,
Não tem nada igual sentir esse cheiro agora vir da terra que foi molhada,
Depois do aguaceiro saio pra ver o tropel do baio correndo em disparada,
Os passarinhos cantando, a porcada já fuçando a grama toda encharcada
Quando a chuva no horizonte vai sumindo atrás dos montes numa viagem sagrada!!!
Quando a chuva no horizonte vai sumindo atrás dos montes numa viagem sagrada!!!
Composição: Ivan Souza / Júlio César