Eu quero ter eternamente este segredo
Que juntou as nossas mãos, linha a linha dedo a dedo
Eu quero ver e adivinhar as ratoeiras
Espalhadas no caminho, insinuantes traiçoeiras
Eu quero ter a cega e surda resistência
Que impede os nosos olhos de perder a inocência
Eu quero estar para além da multidão inquieta
E afastá-la do Cupido que nos aponta uma seta
Eu quero apenas
Ler no meu céu do meu país
Que conquistei o teu amor
E o meu direito a ser feliz
Eu quero dar
Á nossa vida, a dimensão
Dum sorriso de criança
Dum discurso de Platão
Eu quero estar em sintonia permanente
Quando fazemos amor no nosso quarto crescente
Eu quero ter á nossa porta um Deus antigo
Que nos guarde com seu manto e nos proteja do perigo