Vou descrever neste fado
Fado simples que alimenta
A saudade em que mergulho
Um dia por mim passado
Isto nos anos sessenta
Geração de me orgulho
De manhã, tal como era
Da praxe, fui a uma espera
De toiros, e com firmeza
Saltei tronqueiras montadas
Nas ruas engalanadas
Da Sevilha portuguesa
Á tarde minh? alma arranca
Num desprezo p? lo revés
Nem á vida pedi contas
Na praça de Vila Franca
Entre palmas e olés
Lidei um novilho em pontas
Á noite *que burburinho*
Eu mais uma companheira
Numa adega, até ser dia
Entre canjirões de vinho
Cantei à minha maneira
O Corrido e o Mouraria
Cantigas, mulheres e toiros
São legendas, são tesoiros
Que eu a cantar recordei
Ó distante mocidade
Confesso sinto saudade
Desse dia que passei