Na pequena capelinha
da aldeia velha e branquinha
Dei à Maria da Luz
uma cruz de pôr ao peito
E um juramento foi feito
pelos dois, sobre essa cruz
Juro ser tua disse-me ela
Eu disse juro ser teu
Pelos vitrais da capela
Entrava a bênção do céu
Passavam-se os meses
e o tempo corria
E todas as vezes
que eu via a Maria
sozinha e menina
Dizia-lhe assim
Maria da Luz
Tu és para mim
o sinal da cruz
da cruz pequenina
Mas um dia, há sempre um dia
que nos rouba a fantasia
Maria entrou na capela
esquiva, pé ante pé
E o meu símbolo de fé
não brilhava ao peito dela
Quis perguntar-lhe pela jura
Porém, de fé já perdida
Vi que não vinha segura
Tinha outra cruz na vida
Passavam-se os meses
o tempo corria
E todas as vezes
que eu via a Maria
com más companhias
Dizia-lhe assim
Maria da luz
Tu és para mim
o sinal da cruz
da cruz dos meus dias