Nasceu guardiã dos sonhos
Tem a magia nos olhos
Traz os segredos na mão
Torna Lisboa mais bela
Quando pinta uma janela
Logo se abre o coração
São quiosques, são telhados
E há pardais alucinados
Embriagados de Tejo
E uma cegonha perdida
Confusa, pediu guarida
Numa tela de além Tejo
Tonalidades secretas
Azuis de prússia violetas
Ardências de chão queimado
E onde a noite principia
P’ra não morrer a magia
Poisa os pincéis, canta o fado