Talvez que eu morra na praia
Cercado em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho
Talvez que eu morra dum tiro
Castigo de algum desejo
E que à mercê desse tiro
O meu ultimo suspiro
Seja o meu primeiro beijo
Talvez que eu morra entre grades
No meio duma prisão
E que o mundo, além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração
Talvez que eu morra no leito
Onde a morte, é natural
As mãos em cruz, sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal