Um caboclinho de fibra
De talento e de opinião
Namorava escondido
A filha do seu patrão
Mas o velho descobriu
E lhe chamou atenção
Dizendo: - a minha filha
É uma flor em botão
Que vive num vaso nobre
É flor que um moço pobre no vai poder pôr a mão
O caboclinho ficou
Da cor do sol de verão
Puxou a faca da cinta
E fez um risco no chão
E falou pra sua amada
Consulte o seu coração
Se quiser casar comigo
Pule o risco da paixão
Pra longe vamos partir
E quem tentar impedir tem que ser bão no facão
O velho coçou o queixo
Pensou mas não reagiu
Levando a mulher amada
O caboclinho partiu
Se casou na capital
E a sorte lhe seguiu
Estudando e trabalhando
Se formou e progrediu
O velho arruinou a vida
Com mulher, jogo e bebida a riqueza destruiu
Sabendo que na pobreza
O sogro estava jogado
O caboclinho voltou
Ao lugar que foi criado
Comprou a grande fazenda
Onde ele foi maltratado
Entregando para o sogro
Disse: - deixo aos seus cuidados
Mudou a regra do jogo
Agora além de sogro o velho é seu empregado
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)