O meu pai já foi peão
Foi berranteiro famoso
Seu berrante preguiçoso
Repicava na porteira
Contava ali dois mil bois
E tocava pra invernada
Sem deixar boi de ribada
Pela estrada boiadeira
A cruel evolução
Fez nosso tempo mudar
Hoje eu vivo a recordar
O meu velho peão campeiro
Da lida de boiadeiro
Da poeira do estradão
O latido de um cão
O meu fiel companheiro
Tudo isso que passou
E que ficou bem distante
Acaba o laço e o berrante
E o tempo da mocidade
A bruaca e o cargueiro
O gibão e o berranteiro
Hoje tem muitos janeiros
O berrante da saudade