Fiz um rancho no espraiado, na beira da lagoa
Derrubei um pé de cedro e construí minha canoa
Pra fazer a pescaria
A matula vai na proa, tenho um cachorro malhado
Pra caçar é coisa boa
Quando a tarde vem chegando navego duzentas braças
Armo a rede e armo copo e bebo minha cachaça
Depois vou pescar de vara
Quando o anzol não embaraça, pra espantar as muriçocas
Eu pito e faço fumaça
Eu guardo os peixes miúdo num samborá de taquara
Quando é de madruga eu me escondo nas coivaras
Ponho a láporte na mira
Esperando a capivara, tiro o coro e gordura
Porque sei que a coisa é cara
Eu fico todo domingo na sombra de um timburi
Tomando meu bom traguinho esperando os paturis
Quando descem pra lagoa
Vou pra baixo advertir, quando a noite vem chegando
Volto pro rancho dormir