Voz ancestral, de bacante
De grega sacerdotisa
De pitonisa, de musa
Dos cantos à deusa Iris
E das rezas a Maria
Do lamento à luz do dia
De sereia em nevoeiro
Uivo na estepe que chora
Amália sempre e agora
Voz de jasmim de Djerba
De passarinho na noite
Da savana africana
De raga em Katmandu
De índia velha no Peru
Dos ventos da Anatólia
Das fontes dos Pirinéus
Que o próprio canto namora
Amália sempre e agora
Voz de Afrodite brilhando
Qual estrela da manhã
Velando na madrugada
Voz de uma moira encantada
De uma rosa no deserto
De um trovão em céu aberto
Que vem de fora p? ra dentro
Que vem de fora p? ra dentro
Que sai de dentro p? ra fora
Amália sempre e agora
Voz daqui, de todo o lado
Levando a casa do fado
Aos quatros cantos do mundo
Como se a vida encontrasse
Neste canto tão profundo
O próprio início de tudo
Que vem de fora p? ra dentro
Que sai de dentro p? ra fora
Amália sempre e Agora