Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
Venha a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
Abro as janelas por fim
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece