Tem dia que eu fico triste
Como os ar do mês de agosto
Coração fica amarrado
E o pranto rola no rosto
Eu que era tão alegre
E pra tudo era disposto
Hoje vivo aborrecido
Pra mais nada tenho gosto
Os prazer pra mim morreram
Hoje só resta desgosto
Quando escuto dois peito
Cantando aduetado
De tanto que eu aprecio
Chego a sonhar acordado
No espelho da mente eu vejo
A terra que eu fui criado
Os tempos da mocidade
Que sempre será lembrado
Que os anos se encarregaram
De sepultar no passado
Vejo as noites de luar
E as campinas orvalhada
As estrelas cintilando
No romper da madrugada
Rojão subindo pro ar
E as festança animada
Os catireiros dançando
De bota e espora prateada
Eu com a viola no peito
Cantando moda dobrada
Vejo os parentes e amigos
E meus pais que eu tanto quis
Nós ali tudo reunido
Naquele mundo feliz
Agora no fim da vida
Lembrando tudo que eu fiz
A marvada da saudade
No peito faz cicatriz
Quanto mais quero esquecer
Mais ela cria raiz
Nesse mundo de ilusão
Aonde a vida é uma estrada
A morte é o maior presente
Pra quem não espera mais nada
Feliz de quem já venceu
Essa longa caminhada
Já não sente mais no peito
As profundas punhalada
Que o punhal da saudade
Crava na mente cansada
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)