Conheci o Batistinha
No tempo que eu fui peão
Viajamo muito tempo
Trazendo boi do sertão
Pra laçar um pantaneiro
Batista era dos bão
Também era respeitado
No lombo de um pagão
Ele tinha com estima
Um bão cavalo arriado
Um berrante rio-grandense
Com o seu nome gravado
O seu cachorro Gavião
Não saía do seu lado
Três vidas bem diferente
Com seu destino traçado
A nossa úrtima viagem
Até hoje eu tô lembrado
Nós vinha de Aquidauana
Pra Barretos destinado
Chegando no Porto Quinze
Um boi ficou arribado
Pra ir buscar o mestiço
Batistinha foi mandado
A noite foi se passando
Ele não aparecia
Meu coração parpitava
Quarqué coisa pressentia
No outro dia bem cedo
Logo a notícia corria
E o triste uivar de um cachorro
Lá muito longe se ouvia
Reunimo a peonada
Pra fazê a procuração
Lá na beira de um pântano
Vi o cachorro Gavião
Ali terminava o rastro
Do seu cavalo Alazão
Um berrante em cima d'água
Foi que trouxe a solução
O seu cavalo afundou
Naquele brejo atolante
Levando seu cavaleiro
Pra outro mundo distante
Não encontremo seu corpo
Mas a certeza é bastante
Sei que era o Batistinha
Pela marca do berrante
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)