Eu conheço um certo alguém
Nós se parece de fato
Tem gente que até se engana
Quando vê nosso retrato
Só que ele é malandro
Mais arisco que um gato
Certo dia ele entrou
Num restaurante barato
Comeu e bebeu bastante
E já foi saindo a jato
Parece que por castigo
Naquele momento exato
Por ali eu fui passando
Sem saber desse boato
E naquele restaurante
Eu fui entrando de gaiato
A polícia me prendeu
E eu fui pagar o pato, ai, ai
Trabalhei um mês inteiro
Por eu ser muito esforçado
Comendo marmita fria
Pra guardar alguns trocado
Trabalhava dia e noite
Meu serviço era pesado
O pilantra passeava
Pela rua sossegado
No dia do pagamento
Eu fiquei adoentado
Ele foi no meu emprego
Recebeu meu ordenado
Quando eu fui pra receber
Deu um bafafá danado
Chamaro a rádio patrulha
E veio um bando de soldado
Eu dei coro na polícia
Fui ver o sol nascer quadrado, ai, ai
No dia que ele casou
Convidou a multidão
Eu passeava bem folgado
Na avenida São João
Eu mexi com uma dona
Foi aquela confusão
A polícia veio em cima
Eu saí num carreirão
E na casa do pilantra
Tava bonita a função
Eu entrei e fui dançar
Com a noiva no salão
A polícia pegou ele
E foi dando pescoção
Nesse dia eu me vinguei
Desse malandro embruião
Eu que fiz lua de mel
Ele dormiu na prisão, ai, ai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)