No sertão do Paraná
Vô contá o que assucedeu
Uma jovem paramita
Que ali desapareceu
Por causa de um namorado
A coitadinha enlouqueceu
Isso foi no mês de agosto
Esse fato aconteceu, ai
Ela entrô na mata escura
Bem no centro se perdeu
Ela foi pra suicidá
Mas sua coragem não deu
Um cão por nome Corumbá
Junto com ela rompeu
No meio daquelas feras
O Corumbá foi que valeu
Bem no pé de uma figueira
Ela chegô e escureceu
Ali passô a noite inteira
Na hora que amanheceu, ai
Ela viu um pavão gemê ai
E seu corpo estremeceu
Por ela tá tão nervosa
Ainda mais se entristeceu
Nas casca de um parmiteiro
Uma carta ela escreveu
Reclamando a sua vida
Desde a hora que nasceu
Feliz quem morre criança
Pra não sofrê que nem eu
Essa sorte tão ingrata
Que não me favoreceu, ai
E depois dessas palavra
Suas força enfraqueceu
A pobre caiu no chão
Entregô sua arma a Deus
Na hora dela morre
Pro Corumbá ela agradeceu
Obrigado meu bão amigo
Que muitas vez me valeu
Você foi um companheiro
Que sempre me defendeu
Corumbá deu um uivado
Que até a mata tremeu, ai
Ela fez a despedida
Paraíso adeus, adeus
Deu um suspiro doído
E na mesma hora morreu
Quando encontraram ela morta
Os bugre se comoveu
Por vê aquela formosura
Que a sorte não protegeu
Ali mesmo enterraro
Que triste destino seu
Em cima da sepurtura
Um pé de rosa nasceu, ai
Tão bonito e tão formoso
E logo afloresceu
Essa roseira é a lembrança
Que esse anjo mereceu