Trabaio de carrocêro
Na fazenda Ventania
Do princípio ao fim do ano
Eu trabaio todo dia
Só reservo é os domingo
Para as minha regalia
Segunda-feira bem cedo
Minha tropa não vadia
O dono dessa fazenda
É o falado Luiz Garcia
Me entregô seis burro chucro
Do vará inté na guia
Eu deixei essa burrada
Que só no grito atendia
No estalo da gibóia
As corrente já tinia
Foi um dia de chuvarada
Lá na vargem da furquia
Vinte saco de café
Pois era a carga que eu trazia
Minha carroça atolô
Vejam só minha agonia
Burrada tava cansada
Pra tirá então mordia
Chego outros carrocêro
O Venâncio e o Zé Maria
Todos vinham carregando
A mesma mercadoria
Oiaro minha carroça
E falaro com zombaria
Descarregue sua carroça
Pra ela saí vazia
Eu falei pros meus colega
Isso é que eu não fazia
Minha tropa é respeitada
Disso eles já sabia
Venâncio me ofereceu
Dois burro da sua guia
Eu arrespondi, não quero
Porque acho covardia
Eu peguei num enxadão
Que na traseira eu trazia
Na frente de cada roda
Uma valeta eu abria
Gritei com a minha burrada
Vejam só minha alegria
A burrada pegô firme
Minha carroça saía