No recanto donde eu moro
Eu não posso mais vivê
Se for indo desse jeito
Eu não sei como há de sê
Quando é de tardezinha
Que o sol já vai se escondê
O que mais me aborrece
É vê a mata escurecê
Eu me alembro do passado
Nem não tenho mais prazê
Resolvi fazê viagem
Bem antes de amanhecê
Arriei o meu cavalo
Chamado Caxinguelê
Na garupa levo um pala
Se acaso o tempo chovê
O meu lenço no pescoço
Pra quando ventá tremê
Solto uma ponta pra trás
Pra meu bem me conhecê
Encontrei o meu benzinho
Reclamando do vivê
Ela me pediu chorando
Eu quero ir com vancê
Meu schimit na cintura
Pra nada me acontecê
Solto o meu macho na estrada
Na sistema patines
Vamo embora pro sertão
De nóis ninguém vai sabê
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)