Larga pra mim esse lobuno meu patrício
Que eu tenho o vício de tirar manhas de potro
Eu fui criado nessa lida campesina
É minha sina domar um e campear outro
Gosto de ver um crinudo dando um berro
Eu firmo o ferro bem na volta da paleta
Caso boleia eu alço a perna e ouço o estouro
Nacos de couro vem nos dentes da roseta
Sou do Rio Grande
Sou domador
De tirador
E mando gasto
Mas tenho orgulho desta vida que eu falo
Tendo um cavalo vou seguir sovando basto
Quanto ventena já bateu garra comigo
Ritual antigo que o campeiro faz por gosto
Me agrada mesmo é quando o maula se empina
Eu sinto as crinas se batendo no meu rosto
Jamais esqueço um zaino negro que parada
Toda a peonada tinha por maula o tinhoso
Caiu a tarde trouxe de volta domado
No meu costado lhe passando a mão no toso
Sou do Rio Grande
Sou domador
De tirador
E mando gasto
Mas tenho orgulho desta vida que eu falo
Tendo um cavalo vou seguir sovando basto
Perdi a conta dos cavalos que domei
Por onde andei tirei cosca de aporreado
Dando aos potros ensinamento e firmeza
Tenho a certeza nunca ficou um mal domado
E quando a morte vier dobrar o meu toso
Façam meu posso costeando um mangueirão
Pra quando eu ouvir ??Forma Cavalo??
Salto do valo e saio de freio na mão.