Se cambiou a cerração
Que me embaçava as retinas
Tenho no meu rancho a china
Pra matear de tardezinha
Misto de deusa e rainha
Teu olhar incandescente
Qual matizes do poente
Moldando a querência minha
Ela é a seiva do mate
Que cevo nas madrugadas
É a Dalva ao longo da estrada
Iluminando o caminho
Musa de afeto e carinho
Dona do meu paraíso
Flor de mulher que preciso
Pra mim não viver sozinho
No seu rosto a primavera
Embevecida de flores
Seus olhos dois corredores
Com brilho do amanhecer
Deus não faz acontecer
O que nos vem por destino
Já não sou mais um teatino
Sem razões para viver
Do mundo nada mais quero
Somente a graça divina
Pois quando o amor se termina
Seca a vertente da vida
A alma vive perdida
Longe da felicidade
E o guasca ceva a saudade
Sem consolo e sem guarida