Sentei os recaus no lombo de um mouro
Destapereando silêncios pelas taperas
Com cantigas de espera sem nada encontrar
Para algum dia voltar, ruminando quimeras
Com os anos passando, o sol foi bronzeando
Minha alma morena e a pampa torena
Dentro de mim, foi lambendo o capim com línguas de agosto
Moldando em meu rosto os rastros que apontam os rumos pra o fim
Sofreno o passado que vem estafado
Com sede e com fome
Pois a terra consome quem anda sem rumo
Sem erva e sem fumo
Pra algum dia, depois dessa vida proscrita
Voltar a terra bendita com todo vigor que a sina embuçala
Na estrada do tempo com a esperança na mala pra tapear amarguras
Jujando ternuras pra quem já perdeu o pago e o nome