Sem outro destino que andar e cruzar
Eu sou peregrino de nenhum lugar
Meu rumo conduz para onde não sei
Atrás de uma luz que eu mesmo apaguei.
Meu verso bagual destapa horizontes
Na busca da fonte do canto inicial
E a musa campeira que dorme em meus braços
Acorda aos xispaços da estrela boieira.
Não tenho mais nada, nem rancho, nem china
Meu mundo termina no lombo da estrada
(E só o que me resta é um flete reiúno
Gateado lobuno, estrela na testa
Repecho e lançante que a lei determina
A geada na crina e as mágoas por diante).