Um pampa-brasino mocho ganhou o mundo da porteira,
Levantou terra por touro e disparou na mangueira.
Eu ajeitava minha armada, quatro rodilhas e um destino,
Num doze braças de oito do couro de um boi salino...
Zuniu o vento no céu, bateram bombos na terra,
Era um encontro ao acaso, era um combate de guerra.
Cruzou o pampa-brasino, meu laço seguiu seu rastro,
Tava com fome de um pealo, pois foi lambendo o pasto...
O pampa juntou as mãos, deu cara-volta e planchou-se,
Estendeu umas dez braças e depois acomodou-se.
Parece que foi rezar pra o seu santo protetor,
Mas o meu santo é mais forte e ainda é pealador!
Pois quando boto um pealo, meu tirador nem faz conta,
Quadro o corpo e só escuto o estouro na outra ponta...
Deixo assim, que se estenda depois que espiche meu laço,
Que eu ainda me governo, seja com jeito ou no braço...
Logo se vem o capataz com a peonada apertando,
Firma a cabeça e coleia por que a marca vem queimando.
E a faca num serviço, por bem afiada se guia
E deixa um risco de sangue coloreando na "viria"...
Depois foi um e mais outro, serviço de tarde inteira,
Era um buraco no chão, na saída da porteira.
(Pra resumir essa história, vou lhes contar como foi:
Quando caía era touro, depois do pealo era boi...) Bis