Amor
É chama ardendo sem ver
Punhal cravado sem dor
É o demo abraçado a Deus
É a soberana majestade
Ajoelhada com humildade
Beijando os pés de súditos plebeus
É o suicídio involuntário
É andar calado e solitário
Em meio a mais ruidosa multidão
É um não sei, que sai de onde não sei
Bem não não sei como, ninguém sabe porque
É uma lagoa em turbilhão;
É um não sei, que sai de onde não sei
Bem não sei como, ninguém sabe porque
É uma sublime confusão.
Quem pode definir o amor?
Eu, não.
Sei só que é algo assim misterioso
Um frasco de veneno
Um vinho embriagador
Bálsamo queimando a pele
Ácido matando a sede
É vendaval, é calmaria
É tristeza, é alegria
Assim é que eu entendo o amor.
(Álbum "Luz e Esplendor" /ARCA SOM/l986)