(Elizeth Cardoso e Grande Otelo)
Venho danado com meus calos quentes
Quase enforcado no meu colarinho
Venho empurrando quase toda a gente, Eh! Eh!
Pra ver meu benzinho. Eh! Eh! Pra ver meu benzinho
Nego "tu veio" quase num arranco
Cheio de dedo dentro dessas luvas
Bem que o ditado diz: nego de branco (Eh! Eh!)
É sinar de chuva. Eh! Eh! É sinar de chuva
Da cor do azeviche, da jaboticaba
Boneca de piche, és tu que me acabas
Sou preto e meu gosto, ninguém me contesta,
Mas há muito branco com pinta na testa
Tem português assim nas minhas águas
Que culpa eu tenho de ser boa mulata
Nego se tu aborrece minhas mágoas (Eh! Eh!)
Eu te dou a lata. Eh! Eh! Eu te dou lata
Não me farseia "ó muié canaia",
Se tu me enganas vai haver banzé
Eu te sapeco dois "rabo-de-arraia", "muié" (Eh!, Eh!)
E te piso o pé. Eh! Eh! E te piso o pé
Da cor do azeviche, da jabuticaba
Boneca de piche, sou eu que te acaba
Tu és preto e teu gosto ninguém te contesta
Mas há muito branco com pinta na testa
Sou preto e meu gosto ninguém me contesta
Mas há muito branco com pinta na testa