Duas e quinze eu ouço cantar um galo
meio empurrando a noite pro sol nascer
Faz um silêncio de ensurdecer
Ninguém para aparecer
Saudade dá de você, São Paulo...
Essa de ficar na paz
pousar na rede e repousar
no começo é bom demais
mas, depois, bate o vazio
E vem a pergunta imbecil:
“O que eu tô fazendo aqui?”
Sem o que cansar
para que dormir?
Duas e quinze...
É melhor poder parar
no rush pra qualquer lugar
do que o trânsito fluir
e não ter pra onde ir
Sou mais o barulho infernal
do coro da multidão
ter alguém pra rir
repartir o caos
Duas e quinze...
Para que pescar pacu
de bote no meio do rio
se tem homem pra danar
se ninguém dá nem um pio
Lá no meu boteco
tem samba, tem caxambu
moça pra casar
tem até pacu!
Duas e quinze...