Meu guri vai se chamá Rei
Vagabundo e os da lei
vão rastá de joelho e beijá os seus pé’
Meu guri vai nascê senhor
Pai dos pé-de-chulé
Não vai ter pra meganha ou malfeitor
Eu já fiz 17 o mês passado, o meu tempo passou
mas no bucho o meu rei, eu sei, vai ser meu protetor
Sendo conhecedor do bem e também dos horror
porque, então, se não for por bem vai ser bem como for
Um velho me falou que é filho de Xangô
mas não sei qual o pai, não sei nem se vingou
no porre, na porrada ou no jorro do amor
Vingou!
Dando um pega na cola quando a fome entra numas de horror
e um cachimbo no frio, fumaça invés de cobertor
Dando rapa na Sé que nem fiscal de camelô
pra afaná os Mané’ que vem apanhá o metrô
Na moral que quem tira sangue é amador...
E ‘cê sabe que aí vem sempre o vingador
Na miúda é que se chega a imperador!
Morou?
Esse não vai ser Zé-Bundão, nem Flor:
esse bicho é o cão: vai ser doutor