Tem gente que vai à feira
Tem gente que volta do bar
Gente na missa da padroeira
Gente na beira do mar
Cada um faça o que queira (cada um)
Quem quiser que faça igual (faça igual)
Vivo da minha maneira
Não mudo de jeito algum:
Cada um é cada qual (cada qual)
O que fala mal dos outros
Não ouço e, disso, me gabo
Eu abro um sorriso maroto
E aponto pra ponta do rabo
Rasgado que fala do roto
O roto que fala do desfiado
Comigo na sala eu olho torto
Pro mala e me mando pro outro lado
Tem gente que vai à feira...
Quem se leva muito à sério
Nesse lero-lero se entreva
Se apega em razão e critério
E um dia seu galho se quebra
Vê que a vida é meio a meio
Assim dividida: passeio e trabalho
E que tomou sol de veraneio
No seio do trampo diário
Tem gente que vai à feira...
Quem repara na feiúra
Quer cura pra própria cara
Se ampara na sua grossura
Distila amargura e não sara
Tem tara por descompostura
Dá dura e não é uma mas várias
Comigo na área eu fico uma fúria:
Lugar de secura é no saara
Tem gente que vai à feira...