Teu Coração é fonte inesgotável
De todo o bem, de doçura imortal,
Em si reúne em seu centro adorável
Tesouros mil de um Deus bom, liberal.
Doce Jesus, dos homens a repulsa,
Teu Coração não pode resfriar
De amor sequioso em ti lateja e pulsa
E se compraz em seus dons derramar.
Ó meu Senhor, assaz fora encarnar-te
E como um réu, na Gólgota expirar,
Ainda quiseste aos evos entregar-te
Para o só bem de quem não quer te amar.
Ó santo Altar, és o modesto trono
Todo de paz, de celestial unção,
Em que Jesus se imola no abandono,
Para atrair o mortal coração.
Dizei, mortais, dizei quem poderia
De tanto amor os rasgos não sentir?
Que coração se não abrasaria
Do bom Jesus se a voz soubesse ouvir!
Os tantos dons de um amor insensato
Teu peito enfim não podem comover?
Ó vezes mil anátema ao ingrato
Que de Jesus só no amor não viver.