Mas que destino bagual o meu
Mas que destino de louco
Eu ando de festa em festa
Sovado a lombo de potro
Cantando e me divertindo
E olhando a mulher dos outros
Foi num rodeio
Que eu cheguei de madrugada
Festança buena
Tinha pealo e gineteada
Fui convidado
Prá cantar neste fandango
E tirar as “cosca”
“Duma” tropilha aporreada
A meia tarde
Foi encerrada a potrada
Bicho criado
Todos de venta rasgada
A cada pealo eu botava de cucharra
Era um bicho que caía
E se apartava da manada
Já era noite
Quando os baile começava
E lá nas casas
Provocavam camotins
Meu basto novo
Já tinha levado a breca
E uma boneca jogava beijos prá mim
De vez em quando
Eu cruzava frente ao rancho
Cortando um maula
E atando ele num mango
E pelas frestas
Eu enchergava uma bandona
E aquela dona se desdobrando num tango
Vamos bailar senorita
Yo soy de Buenos Aires
Mande parar el bandoneon
O cavalo se ergueu num sopetão
E o ginete dançador
Bateu com os beiços no chão
Tangolomango-Tangolomango
Não vou dançar porque caí dentro dum valo
Aquela dona tá lá dançando com outro
E eu vou dançando nas patas deste cavalo
Foi o tango, foi o mango
Assim eu fiz a minha fama
Pela janela eu abanava prá uma dama
Foi o tango, foi o mango
Assim eu amansei aquele potro
Pela janela eu olhava a mulher dos outros