Vê se tu enxerga, solita na beira da estrada
Uma cruz alta cravada, bem na quina da coxilha
Ali está um valente que morreu, e o rio grande engrandeceu, no tempo dos farroupilhas
Eufrázio silva, um taura humilde daqui,
Tinha sangue bandeirante, mesclado com guarani
Pra honrar a nossa cria, ficou morto no relento
Enquanto o grande bento, caiu preso na bahia
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra
Hoje solito, naquela capela guapa,
A cruz lendária farrapa, vai criando tantas lendas
Tremulam velas, na tristeza dessa tela,
E as flores que as donzelas vão trazer em oferendas
Parece um quadro, pintado no fim da tarde,
Quando um taura sem alarde, traz no olhar uma centelha
Bolhei a perna, na prece tire o chapéu,
Solito bombiando o céu, ao pé de sacro se ajoelha
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra
Eufrázio silva, escuta as magoas e as dores,
Dos tauras nos corredores, peleando com o destino
Não ta sozinho, na tua cama parceiro,
Pois na cruz um joão barreio vem cantar e fazer ninho
E quando cruzo por essa cruz farropilha,
Em minha alma brilha o sol dos dias incertos,
Vejo o rio grande retratado nessa cruz,
Espargindo amor e luz, sempre de braços abertos
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra