Em um restaurante de fino ambiente
Um pobre velhinho na porta chegou
Pediu que lhe desse alguma comida
Morrendo de fome a pedir se obrigou
Num gesto arrogante o garçom lhe respondeu
Se manda coroa molambo do mundo
Fique sabendo que só a cadeia
Terá condições de tratar vagabundo
Não tendo resposta pra dar ao garçom
O pobre velho chorando saiu
Molhado de pranto seu rosto enrugado
Tremendo de fome sem vida caiu
Feliz e contente o garçom gargalhava
A cena da morte lhe trouxe prazer
Dizendo bem alto foi uma limpeza
E um indigente pra terra comer
Pra seguir as normas que a lei determina
Levaram o corpo pra delegacia
Em um documento que estava no bolso
Já quase apagado o seu nome dizia
Estava presente o garçom desumano
Pra dar testemunho ao fato ocorrido
Mais não esperava a grande surpresa
Que seu próprio pai que tinha morrido
Naquele momento acabou seu orgulho
Ao ver que seu pai era aquele indigente
Pegou em seus braços o corpo sem vida
Tão forte loucura invadiu sua mente
Pedindo que a morte também o levasse
Sentindo no peito o remorso a doer
Dizendo meu pai fui um filho cruel
Quem faz o que fiz não merece viver