Do interior um convite me veio
Para ir a um torneiro de gente que canta
Seria num sábado de movimento
No encerramento da semana santa
Por essas e outras me deu um palpite
É nesse convite que um peão se levanta
Confirmei presença e já dei inicio
Fazendo exercício na minha garganta
Eu tenho um amigo que me disse assim
Nem reza ruim te bota no mato
Nem rico nem pobre, nem branco e nem preto
Garfeia o galeto que está no seu prato
Você quando canta e a viola repica
Nem sei onde fica outros candidatos
Tem mesmo talento para fazer bonito
E ser favorito nesse campeonato
Cheguei no torneiro e aprumei o peito
Cantando direito e a viola gemeu
Cantei afinado uma melodia
Da sabedoria que jesus me deu
Olhei para o lado só palmas batendo
O que estava vendo até me comoveu
Nem o julgamento já não carecia
Todo mundo via que o prêmio era meu
Quando a comissão trouxe o veredito
Eu estava aflito de felicidade
Eu dei um balanço e pensei assim
Voltarão em mim por unanimidade
Foi quando a maldade invadiu a mesa
Comprando a franqueza e a sinceridade
Ganhou uma dupla que tinha um sujeito
Irmão do prefeito daquela cidade
Na semana santa do ano presente
Vieram novamente para me convidar
No mesmo local do torneiro passado
Onde fui roubado não posso voltar
Mandei um oficio bem explicativo
Por qual o motivo não vou aceitar
Só vou em torneiro naquela região
Quando meu irmão for prefeito dela