Venho de terra distante lá onde o vento soluça
E a paisagem se debruça num poema em aquarela
Um cancela, um ranchinho, uma vertente
São lembranças permanente do meu passado com ela.
Aquela que for um dia visitar o lugarejo
Por certo terá o desejo de ir ver minha morada
Da encruzilhada a roça e o potreiro
Sobre a casca do pinheiro o nome dela e mais nada.
Quanto mais canto este canto adoça meu chimarrão
E as garras da solidão me ponham em liberdade
E bem verdade a cantoria é um engenho
A melhor forma que tenho pra resistir a saudade.
Esta gaitinha singela que fala pelos meus dedos
É um caixa de segredo que chora e canta comigo
Eu sempre digo mal a sorte foi cambicho
O osso do meu capricho não quebrou por ser antigo.
Eu vou me embora cantando se eu voltar eu canto ainda
Pra mim a coisa mais linda e ouvir meu próprio grito
O infinito, som de gaita e uma rima
E alguma tarca me ensina a sina de ser solito.