Santa figueira do pago sombra amiga dos caminhos
Galhos repletos de ninhos de casai de João Barreiro
Quiseste nascer primeiro pra ser sombra bendita
És o cartão de visita desta terra Missioneira.
És a mãe santa do pago, bendita sombra frondosa
Acariciante, bondosa, tu nasceste para o bem
Quanto segredo tu tens neste teu tronco guardado
Que ouviste dos namorados, nunca contaste a ninguém.
Em teu tronco majestoso muitos sinais que me falam
De algum cortejo de bala, és testemunha calada
Dessas pessoas enforcadas que morreram em teus galhos
Chorou lágrimas de orvalho no arbor da madrugada
Vou fazer-te um pedido, oh majestosa figueira
Que no fim desta carreira quando a alma se levanta
Que a tua sombra santa chore gotas de orvalho
E me dê um de teus galhos para enfeitar minha campa.