Surge pachola uma milonga encordoada
na parceria do violão quando se entoa
mesclando versos, com uma rima de querência
e um fim de tarde com inicio de garoa.
“Às vez” se perde no andar das minhas estradas
e pede abrigo na copa da coronilha
traz mansidão pelas rédeas em floreios
como se fosse um bom gateado pra encilha.
Vou desprendendo a solidão que se habilita
ouvindo a chuva contra o zinco do galpão
mas a milonga percorrendo minhas distancias
segue de tiro, no cabresto do violão.
Ai... Milonga
Que o sonho traz de regalo
dedilhando um violão... com o Sul no coração
eu canto as coisas do pago.
Ainda a pouco ouvia Noel em “Pulperias”
me encontrando, missioneiro em seu cantar
tanta poesia aflorando em cada nota
talvez por isso que me pus a milonguear.
Pelas janelas de vidraças embaçadas
vou transpassando o meu pago ao cantá-lo
e a chuva fina, mim ponteio campo a fora
vai milongueando um tranco manso de cavalo.