O acinzentado do céu pra o lado chovedor
prenunciava tempo feio, pra tarde quente de maio
o vento escramuçando as crinas e o tirador
eum mormaço de fiador, ponteava o suor do baio.
Um ruano “bobo de boca”, recém pegado do campo
vinha abanando de mango se renegando por nada
la pela volta da várzea, meu cusco preto cólera
tirava uma ponta inteira do gado pela da canhada.
Bem no alto da coxilha, onde avistava o rodeio
uma perdiz alçou vôo botando os pingos de alerta
orelhas tesas trocadas, a espera de um movimento
pois quem tem crinas de vento, tem patas pra hora certa.
Foi quando um brazino gordo, mandando terra pra traz
abriu cancha do rodeio, ganhando abaixo o lançante
que um contracanto de tala e a fibra do companheiro
falaram alto e primeiro, pra não calar mais adiante.
O baio ponteou “num upa”, o ruano custou mas veio...
dois tauras largaram de mano na culatra do brazino
um chega e outro ajuda, coisa linda a paleteada
como se as rédeas trançadas, guiassem cada destino.
Voltou por ser menos taura, talvez por ser mais que nós
tranqueou por conta do balo, pelos encontros do ruano
dois pingos “muy bien” montados numa tarde campo á fora
são iguais a um par de esporas, numa parelha de mano.