Fui batizado numa casa de compadre olhaí
Não vejo agora como aperfeiçoar
Esse meu jeito, meu bem, das finas flores que tem
Muita carícia, regalias de comadre de paz
Bota Marília pra esquentar o biberão do neném
E canta um coco que é pr'ele apreciar
A brisa dos coqueirais, minhas manias e tais
E tudo aquilo que não quero me esquecer jamais
Aquela radiola onde tocava um jazz e sambas, jongos, rocks animais
Desce a serrinha pra buscar um galo preto, meu bem
Não quero ver esse menino enjoar
Pelo encanto que tá, pega quebrando que dá
Não me apareça sem o que dar pro rapaz
Não importa se cresceu e se não pede mais
Aqui no jongo traz-se, não se faz
Mandei comprar um punhadim de mastruz
Porque a sorte desse mundo é mal segura e tem Belzebu
Capeta se alimenta de desgraça
Mal passou pra conferir, tamarindeiro morreu
Quarenta anos quem diria meu bem
Você cresceu e até que deu, gente deu
Foi dez, foi demais
Até parei de achar
Que pobre só tem azar
O jongo desce, minha prece eu vou cantar
Oh, minha bela, não machuque o neném, que não convém
Não tem mais jeito, eu sei, mamãe, menino
Se não tivermos lã e peles finas
Nossa alma cristalina vira mancha e borrão
O jongo vive à procura de espaço
E agora o dono do pedaço não é só mais o coco e o baião
Te convidei pra dançar, maneira de lhe falar
Quando anoitece que o jongo vai chegar