O que você me pede, eu não posso fazer.
Assim você me perde e eu perco você.
Como um barco perde o rumo.
Como uma árvore no outono, perde a cor.
O que você não pode, eu não vou te pedir.
O que você não quer, eu não quero insistir.
Diga a verdade, doa a quem doer,
Doe sangue e me de seu telefone.
Todos os dias, eu venho ao mesmo lugar.
Às vezes fica longe, difícil de encontrar.
Mas quando o neon é bom.
Toda noite é noite de luar.
No táxi que me trouxe até aqui, Julio Iglesias me dava razão.
No clipe Paul Simon tava de preto, mas na verdade não era não.
Na verdade "nada" é uma palavra esperando tradução.
Toda vez que falta luz.
Toda vez que algo nos falta.
O invisível nos salta aos olhos.
Um salto no escuro, da piscina.
O fogo ilumina muito, por muito pouco tempo.
Em muito pouco tempo, o fogo apaga tudo, tudo um dia vira luz.
Toda vez que falta luz.
O invisível nos salta aos olhos.
Ontem à noite, eu conheci uma guria.
Já era tarde, era quase dia.
Era o princípio, num precipício.
Era o meu corpo que caía.
Ontem à noite, a noite "tava" fria.
Tudo queimava, mas nada aquecia.
Ela apareceu, parecia tão sozinha.
Parecia que era minha, aquela solidão.
Ontem à noite, eu conheci uma guria que eu já conhecia.
De outros carnavais, com outras fantasias,
Ela apareceu, parecia tão sozinha.
Parecia que era minha aquela, solidão.
No inicio era um precipício, um corpo que caía.
Depois virou um vicio, acordar no outro dia.
Ela apareceu, parecia tão sozinha.
Parecia que era minha aquela, solidão.