Entraste em minha casa de mansinho,
Pela porta que te abri de par em par
E juntos começámos um caminho
Que não sabemos bem onde vai dar.
Ao peito levo a rosa que trazias,
Tingidas pelo sangue dos teus dedos
E agora, para não ires de mãos vazias,
eu tenho de abri mão dos meus segredos.
Não sei por quanto tempo ficaremos
No espaço que inventámos p'ra nos ter.
Não sei sequer ao certo o que sabemos,
Mas sei que não preciso de saber.
E um dia, na despedida, queira Deus
Que eu possa partir sem dizer nada
E tu possas dizer, em vez de adeus,
Obrigada, meu amor, muito obrigada.