Canção do Exílio
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêo, arêa, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Passarelas de areia estendidas junto ao mar
Recebem alvissareiras a quem vem nos visitar
Que o sentimento hospedeiro ninguém pode nos negar
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Assa o milho no braseiro nas noites de São João
Já levanta boi matreiro, arrasta barra no chão
Levanta pó no terreiro e roda que nem pião
Êa, êa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Com mãos que tocam frementes, criola bate o tambor
Lembra o negro que as correntes não têm o mesmo clangor
Liberto agora ele sente que só tem mesmo um senhor
Êa, êa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Salve a palma do divino pela sua procissão
A cacheira toca o hino pedindo por devoção
Que proteja o Deus menino, que lhe dê sua bênção
Êa, êa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Todos cantam alto e forte sua terra, seu rincão
Longe dela sinto a morte brotar em meu coração
A Deus peço a sorte de voltar pro Maranhão
Êa, êa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêo
Sem demora ou sem tardança
Eis aqui o cantador
Arêa, arêa, arêo, arêo
Arêa, arêa, arêo, arêo
Epa, Quirino!
Me traz a cachaça que o tambor tá seco, sô
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora
Dessa vez eu vou-me embora